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Carlos Alberto Ialongo


Paixão pelo jornalismo

Ele trabalhou por uma sucursal de um grande
Jornal no Vale do Ribeira

Pode ter sido em seu primeiro emprego na biblioteca do Clube Sírio Libanês, em Santos, aos 14 anos de idade, mas o mais provável é que tenha sido por talento que Carlos Alberto Ialongo, o Carlão, tornou-se um expressivo jornalista no Vale do Ribeira.

Sem nunca ter cursado faculdade alguma, ele escrevia bem e atuava com ética – condições essenciais para o exercício do jornalismo e, na verdade, de qualquer ofício.

Carlão estudava de dia e trabalhava à noite. Aos 16 anos, inverteu os períodos – passou a estudar à noite e de dia fazia serviços burocráticos no escritório santista do Frigorífico Wilson, que fabricava enlatados. Quando completou 18 anos, aceitou convite da empresa para tornar-se representante comercial no Litoral Sul e Litoral Norte.

Foi como vendedor que no dia 18 de agosto de 1950 ele veio pela primeira vez “fazer” a praça da região. Olha só como o destino também se costura nas coincidências: naquele exato dia morreu seu futuro sogro, Shitiro Maeji, dono do Hotel Registro. Mas Carlão não soube do fato porque, orientado por um colega, hospedou-se no Hotel Badur. 

No mês seguinte, sem motivo aparente, passou a hospedar-se no Hotel dos Maeji, onde trabalhava a futura esposa, Tiyo Maeji, àquela época uma menina de 13 anos de idade, sua mãe e uma irmã.

Pode ter sido em seu primeiro emprego na biblioteca do Clube Sírio Libanês, em Santos, aos 14 anos de idade, mas o mais provável é que tenha sido por talento que Carlos Alberto Ialongo, o Carlão, tornou-se um expressivo jornalista no Vale do Ribeira. Sem nunca ter cursado faculdade alguma, ele escrevia bem e
atuava com ética – condições essenciais para o exercício do jornalismo e, na verdade, de qualquer ofício.

Carlão estudava de dia e trabalhava à noite. Aos 16 anos, inverteu os períodos – passou a estudar à noite e de dia fazia serviços burocráticos no escritório santista do Frigorífico Wilson, que fabricava enlatados. Quando completou 18 anos, aceitou convite da empresa para tornar-se representante comercial no Litoral Sul e Litoral Norte.

Foi como vendedor que no dia 18 de agosto de 1950 ele veio pela primeira vez “fazer” a praça da região. Olha só como o destino também se costura nas coincidências: naquele exato dia morreu seu futuro sogro, Shitiro Maeji, dono do Hotel Registro. Mas Carlão não soube do fato porque, orientado por um colega, hospedou-se no Hotel Badur. No mês seguinte, sem motivo aparente, passou a hospedar-se no Hotel dos Maeji, onde trabalhava a futura esposa, Tiyo Maeji, àquela época uma menina de 13 anos de idade, sua mãe e uma irmã.

Os encontros passaram a seguir o roteiro da distância geográfica: ele passava os finais de semana em Registro; ela ia para Santos nos feriados prolongados, onde se hospedava na casa de uma prima. Casaram-se em 1º de fevereiro de 1969 e Tiyo foi morar em Santos pois Carlão era filho único. Dois meses após o casamento do filho, dona Modesta morreu repentinamente.

Quando engravidou de Márcia, a única filha do casal, Tiyo voltou a morar em Registro e Carlão continuou com as viagens de trabalho. Em 1970, ele comprou uma fábrica de palmito juçara, em Eldorado, que vendia para o mercado interno e para a França. Fechou a empresa quando passou a ser exigido que os fabricantes plantassem o palmito. Antes disso, Carlão foi dono de uma fábrica de bolachas, em São Paulo, e sócio de uma loja atacadista, em Santos.

Na época da fábrica de palmitos, Carlão já atuava como jornalista e colocava sua estrutura – casa, carro, equipamentos – para mostrar que a região comportava um jornal de circulação estadual. Uma vez por semana, ele levava as matérias para A Tribuna, em Santos. Quando, finalmente, a empresa decidiu instalar A Tribuna do Ribeira, Carlão trabalhou alguns meses e pediu demissão ao concluir que o jornal teria vida curta pois o custo de manutenção era muito alto (de fato, A Tribuna do Ribeira fechou na década de 1990).

Foi correspondente de O Estado de São Paulo. Escreveu nos jornais locais e montou o seu próprio jornal, o Caderno C, com sede em Jacupiranga, que circulou entre os anos de 1991 e 2000. “Era um jornal feito com muita dedicação”, observa Tiyo. Ela encontrou nos arquivos de Carlão um layout de um jornal de turismo, datado em 2002, que não chegou a vingar mas mostra que, na época, ele já enxergava esse potencial no Vale do Ribeira.

Em sociedade com o advogado Antônio Carlos de Souza, Carlão chegou a ter três programas na Rádio Regional AM, única existente na época – “Ronda da Cidade” “Coruja Regional” e “Jornadas Esportivas”. Também assessorou duas campanhas eleitorais do ex-prefeito Waldir Ferreira Moraes.

Era um leitor assíduo e apaixonado. Na UTI do Instituto do Câncer de São Paulo, ele surpreendeu a equipe médica que o viu lendo um livro de filosofia hindu - escrito em inglês. Aprendeu também a falar russo. Sempre autodidata.

Como empreendedor do comércio, seu último negócio foi uma avícola de frango caipira, em frente ao mercado municipal (antes da reforma do mercado e da praça que o abriga). Ali, aos domingos de manhã, os jovens jornalistas de Registro iam buscar conhecimento e histórias na fonte do veterano jornalista. E cerveja no bar do Ciro Sam, que ficava ao lado.

No dia 21 de dezembro de 2011, aos 80 anos de idade, Carlos Alberto Ialongo tornou-se definitivo no coração da esposa, filha, familiares e amigos.