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Akira Uematsu


 

Incentivador do baseball e do judô, imigrante confeccionava calçados

Imigrante veio do Japão em 1933

Quando desembarcou do navio Rio de Janeiro Maru no Porto de Santos, Akira Uematsu trouxe consigo o sonho de prosperar no Brasil, como propagava o governo japonês em sua campanha de incentivo à migração. Akira chegou ao País no dia 2 de outubro de 1933, acompanhado da esposa Tsune e dos filhos Rita Chieko, Anita Teruko e Shigueo (falecido).

 

A convite do conterrâneo Empei Hiraide, o imigrante se instalou em Sete Barras, onde trabalhou no cultivo de arroz por quase dois anos. Em Registro, a família morou alguns dias no Hotel Komatsu, até que Akira comprou uma espaçosa casa na então Rua Félix Bialé – hoje Joaquim Marques Alves.

 

O pai de Akira era um empre sário de posse no Japão, mas o filho também queria prosperar por conta própria. O jovem resolveu investir no comércio e abriu uma loja de calçados em Registro. Com a grande dificuldade de acertar a numeração dos calçados – já que naquela época não havia padronização e nem tecnologia como hoje - o imigrante foi a São Paulo para aprender o ofício de sapateiro. Assim, Akira passou a confeccionar os calçados sob medida para seus clientes. “Vinha gente de todo lugar para comprar sapatos e sandálias com meu pai”, lembra a filha Lilian Massumi.

 

No Brasil, Akira e Tsune tiveram mais cinco filhos: Inês Setsuko, Hideaki, Massumi, Elza Midori  e Arnaldo Takehide. Como gostava muito de esportes e se preocupava com a educação, Akira construiu um espaço ao lado de sua casa para servir como escola. À tarde, as crianças aprendiam a língua japonesa e, durante a noite, havia aulas de judô ministradas pelo professor voluntário Nobuo Ogawa. Fruto desta iniciativa, mais tarde surgiu a Associação Registrense de Judô (Arju).

 

Como naquela época não havia atividades sociais organizadas, a escola acabou se transformando em um ponto de encontro, onde alunos, pais e amigos conversavam sobre os mais diversos assuntos de interesse da comunidade.

 

Dedicado ao ofício de sapateiro, Akira Uematsu também direcionava seus esforços ao incentivo da educação e do esporte. Praticante de baseball, Akira participou ativamente da fundação do Registro Base Ball Clube (RBBC).

 

Além de seu envolvimento com a colônia japonesa de Registro, ele gostava de reunir a família e os vizinhos. “Todo ano a gente tinha a festa junina, com show pirotécnico e muita animação. Nós convidávamos os vizinhos e os amigos, todos já ficavam esperando pela festa”, conta Massumi. Como pai, Akira sempre demonstrou muito carinho pelos filhos. “Cada vez que ia para São Paulo nos trazia um presentinho”, revela.

 

Para a família, Akira Uematsu deixou um grande exemplo de honestidade e dedicação ao voluntariado. Ele morreu em 26 de novembro de 1972, aos 68 anos. Dona Tsune, que participava ativamente do grupo de senhoras da colônia japonesa, foi se juntar ao marido em outubro de 1974. Em homenagem ao imigrante, o município ganhou a Rua Akira Uematsu no Jardim Caiçara.

Akira Uematsu com a esposa Tsune e os filhos