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Consultas Boa Vista

Belarmino Lopes da Silva


Um homem comvocação para empreender

Em Registro, Belarmino reescreveu sua história de empreendedor

 

Uma página é insuficiente para contar a história de lutas, sacrifícios, empreendedorismo e conquistas de Belarmino Lopes da Silva, conhecido como Belo. Vamos, no entanto, tentar resumi-la fazendo jus à memória de um homem que construiu uma grande família e deixou como heranças a lição de uma vida de trabalho e a vocação por empreender. 

 

Na adolescência, Belarmino era responsável por levar à feira a produção agrícola do sítio da família, em Afogados do Ingazeiro, no norte de Pernambuco, onde nasceu. Quando ele via que as pessoas já estavam sem dinheiro, para não voltar com a produção excedente, ele trocava a produção excedente com outros feirantes para prover a família. 

 

Bem jovem, impelido pela necessidade de ter suas próprias terras e seus negócios, Belarmino mudou-se para Tuparetama, na época distrito de Afogados do Ingazeiro. Lá, conheceu Djanira Alves da Silva, com quem casou aos 20 anos de idade. O casal administrava junto o sítio e uma mercearia.

 

Belarmino tinha 41 anos de idade em 1966 quando, impulsionado pela vontade de ampliar suas terras, mudou-se com a família para Rio da Barra, distrito de Sertânia, no sertão Pernambucano. 

 

Em 1982, ele tinha muitas terras e gado mas sentia dificuldade em administrar os negócios já que a maioria dos quinze filhos havia migrado para São Paulo, então destino sonhado por boa parte dos nordestinos. 

 

Nessa época, para ficarem mais próximos dos filhos, Belarmino e Djanira resolveram migrar também e reescrever sua história. Enquanto negociava a venda da fazendae se preparava para a mudança, Belarmino viajou e um estelionatário, travestido de comprador de terras, furtou boa parte dogado. O episódio não desanimou Belarmino. “Nada desanimava meu pai, ele tinha muita fé em Deus”, recorda a filha Girlene.

 

O filho Luiz Gonzaga morava em Pariquera-Açu e queria que o pai morasse perto dele e se tornasse feirante com a ajuda dos demais filhos. Mas Registro chamou a atenção do velho sertanejo. Quando visitou a cidade, o Sr. Lauro estava vendendo um imóvel onde mantinha um pequeno comércio, na Vila São Francisco. Belarmino fechou negócio e lá instalou o Mercado do Belo.

 

“Era religioso, prestativo com a vizinhança, alegre, jovial e honesto”, observa Glorinalda, outra filha. A maioria dos filhos mudou-se para Registro a fim de viver perto dos pais. “Oque pôde fazer pela famíla, ele fez”, diz Glorinalda, lembrando que sua preocupação era ajudar os filhos a conquistarem estabilidade financeira. 

 

Em torno do patriarca formaram-se, em Registro, sete empreendimentos pertencentes a seus filhos: Mercado Nosso Teto, Marcenaria Norte Sul, Mercado São Francisco, Supremo Supermercado, Cido Publicidade e Mercados Belo 1 e 2. 

 

Belarmino e Djanira tiveram quinze filhos – Severina, Girlene, Djanira, Gláucia, Geni, Girleide, Gerôncio, Givanilton, Genaldo, Gilvan, Glorinalda, Gilcélio, Mariada Glória (que ainda mora em Pernambuco), Luiz Gonzaga e Genaldo (os dois já falecidos). Incluindo netos, bisnetos e tataranetos, o casal deixou cerca de 130 descendentes. Belo morreu em 21 de outubro do ano passado, com 88 anos de idade. Estava viúvo desde 2004.