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Denitiro Assanuma


Imigrante japonês viveu dedicado à família e ao ofício da carpintaria

Quando Denitiro Assanuma morreu, a neta Hatsuko tinha apenas cinco anos. Mas até hoje ela lembra bem do jeito alegre do avô, que gostava de mimar os netos. Como pai, ele era bastante rígido com os filhos. Mas a condição de avô lhe permitia trocar o jeito reservado pela alegria das brincadeiras. Além do sorriso espontâneo, Hatsuko recorda da dedicação de Denitiro ao ofício de carpinteiro. Quando veio do Japão, por volta de 1918, já casado com dona Kazue e com três filhos, o imigrante se instalou na área central de Registro, onde deu continuidade à profissão que exercia na terra natal.

Por aqui, fez sucesso com sua vocação para trabalhar com madeira. Além de montar estruturas inteiras de sobrados sem um único prego, ele transformava as rústicas tábuas de madeira em belíssimos móveis, como camas, mesas e armários. Denitiro também era especialista em fabricar ofurôs. A estrutura de madeira não levava pregos e na parte inferior ia uma chapa de cobre, usada para proteger a madeira na hora de aquecer a água no fogo, já que naquela época não havia eletricidade.

Hatsuko diz que os colonos traziam as tábuas de madeira e o avô comprava para fabricar móveis e também assoalhos. “Como japonês tinha costume de tirar o calçado para entrar em casa, o assoalho de madeira era limpo com pano molhado em água escura de canela e de tão perfeito, chegava a brilhar”, relata a neta mais velha de Denitiro Assanuma, filha de Hanako. Para erguer as grandes vigas usadas na estrutura das casas, faziam-se mutirões, onde muitas pessoas ajudavam. “Era uma verdadeira festa”.

Depois que veio do Japão, o imigrante viveu sempre em Registro. Sua casa – um grande sobrado de madeira - ficava na Rua Joaquim Marques Alves. Do outro lado da rua, foi instalada a sua carpintaria,onde transformava a madeira em sustento para a família. Além dos três filhos que vieram junto do Japão – Hanako, Ichiro (que morreu ainda criança) e Kimiko, o casal teve mais sete filhos no Brasil:Yoshio, Aiko, Kazuo, os gêmeos Goro e Shiro, Tadao e Minoru. Todos já são falecidos.

Denitiro Assanuma morreu por volta de 1940, aos 54 anos, por complicações numa cirurgia para retirada de uma úlcera, realizada em São Paulo. Além das inúmeras casas e móveis que fabricou, Denitiro deixou o legado de um homem voltado ao caráter e ao trabalho. Em homenagem por sua contribuição ao município, uma das ruas centrais de Registro recebeu seu nome.