1984/1986
Na época da polêmica mudança do nome da avenida principal
Arrecadação da ACIAR só garantia custear a estrutura da entidade
Certamente os comerciantes mais jovens não sabem, mas até meados da década de 1980, a avenida Jonas Banks Leite chamava-se Fernando Costa. Na época foi feita a proposta de mudança para homenagear o ex-prefeito, que administrou Registro entre 1956 e 1960. A ideia parecia ser consenso e foi apoiada pela diretoria da ACIAR.
Ocorre que a mudança envolvia alteração contratual das empresas para constar o novo endereço e isso tinha custo financeiro. “Aí, sim, deu polêmica. Mas estava tudo consumado”, relembra Manoel Raimundo Rodrigues de Oliveira, à época presidente da ACIAR. Ele admite que foi um erro não ter realizado pesquisa para ouvir a opinião dos comerciantes, embora tenha certeza que a maioria concordaria com a mudança. “O coronel Galindo, que era genro do Dr.Jonas Banks Leite na época, percorreu o comércio para saber se as pessoas concordavam. Ninguém imaginou que teria despesa e concordou”, conta.
Indicado por consenso, após a polêmica mudança do nome da avenida, Manoel Raimundo viu surgir um grupo de oposição liderado por Hiroshi Sumida (já falecido) que, ao final de seu mandato, concorreu à presidência da ACIAR. “O Sumida foi envolvido por aquele grupo de revoltosos e assumiu a presidência”, revela Manoel Raimundo. “Entregamos a ACIAR para a oposição sem nenhum problema. Fizemos, inclusive, o jantar de posse”.
Durante seu mandato, houve movimento para derrubar a barragem do Valo Grande. O ex-prefeito Waldir Moraes era presidente do Sindicato Rural que se posicionava contra a abertura da barragem. A ACIAR participou da luta e acompanhou o Sindicato em uma série de audiências em Brasília, ao lado do então deputado federal Diogo Nomura.
O fortalecimento de Registro como centro comercial de compras já se incluía entre os objetivos da diretoria da ACIAR e uma das ações com esse objetivo era a decoração natalina. A ACIAR fez uma ação entre amigos para sorteio de um carro e, com o dinheiro arrecadado, foram comprados cordões com fios coloridos para enfeitar o centro da cidade. Segundo o ex-presidente, o material foi utilizado por várias gestões da entidade.
Manoel Raimundo diz que na época em que esteve à frente da ACIAR a arrecadação da entidade era suficiente para manter uma estrutura pequena, composta por dois funcionários. Integravam a diretoria da ACIAR, entre outras lideranças do empresariado, José Carlos Fernandes, Ilson Nuño, Pedro Dias e Hélio Borges. Criada na gestão de Manoel Raimundo, a Diretoria de Marketing ficou sob comando de Fábio Maeji.
As reuniões para discussão e planejamento da entidade quase sempre eram feitas na hora do almoço. “Cada um pagava sua conta”, esclarece Manoel Raimundo. “Tocamos a ACIAR de uma forma que, eu diria, foi na base do trivial: fizemos o que podia ser feito sem fazer dívidas. Não era fácil, mas prestamos um serviço com bastante boa vontade”, finaliza.