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Maria do Carmo Borges Costa


Professora por vocação dedicou-se às crianças e à família

Maria do Carmo com o marido Jesus Alves Costa

 

Forte, mas com a sensibilidade de quem tem o dom de ensinar, Maria do Carmo Borges Costa foi professora numa época em que as escolas eram poucas no Vale do Ribeira. Nascida em 14 de julho de 1907 na antiga Xiririca – hoje Eldorado -, Maria do Carmo era filha de José de Assunção Borges e Luzia Mâncio Borges. Seguindo a vocação de professora, a jovem estudou por um mês em São Paulo, onde fez um curso rápido para lecionar.

 

Em 1936, casou-se com Jesus Alves Costa e foi morar no bairro Conchal, em Sete Barras. Na escola do bairro, Dona Carmo – como ficou conhecida – lecionou por mais de 30 anos, dedicando-se com afinco a ensinar as letras para a criançada.

 

Maria do Carmo teve nove filhos, mas seis morreram ainda bebês. Naquela época, a assistência médica era distante e precária, dificultando inclusive o diagnóstico das doenças. Hoje, os três filhos ainda moram em Registro: Jesus Alves Costa Filho “Lilico”, Luzia da Graça Costa e Jarbas Borges Costa. Grávida de nove meses do primeiro filho que sobreviveu, Dona Carmo caiu no poço quando pegava água. Apesar do grande susto, ela foi tirada sem ferimentos pelo marido e o parto correu bem.

 

Jesus Alves Costa era agricultor, comerciante no Mercado Municipal e juiz de paz. No sítio, a família se dedicava à plantação de arroz, feijão e banana e também à criação de porcos. “Naquela  época, era comum os vizinhos trocarem produtos. Quando um boi era abatido, a carne era dividida entre a vizinhança”, lembra Jarbas, o filho caçula do casal.

 

Maria do Carmo alfabetizou muitas crianças enquanto foi professora, inclusive os filhos Lilico e Graça. Em 1956, deixou o magistério ao se mudar com a família para Registro, onde morreu em 1º de outubro de 1966, aos 60 anos, após travar luta contra o câncer de mama por quatro anos.

 

Além de cuidar dos filhos, Dona Carmo mantinha sempre a horta, o jardim e um pomar com árvores frutíferas. Também criava aves, como galinhas, patos, marrecos e gansos para colheitas. Os marrecos, no entanto, eram de estimação. Dedicada à família, cuidava de tudo com carinho e ainda ajudava o marido nos afazeres do sítio.

 

Nas horas vagas, gostava de costurar e fazer trabalhos manuais, como crochê, tricô e bordados – técnicas que costumava ensinar para as moças do bairro. Os filhos também lembram com carinho dos deliciosos pratos que Dona Carmo preparava para a família, especialmente a receita de galinha caipira recheada.

 

Em homenagem à professora, Registro ganhou a Rua Maria do Carmo Borges Costa, no Bairro Jardim Eiji Matsumura.