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Nelson Antonio Hirata


Ginecologista e obstetra atuou por 30 anos em Registro

 

Ele queria ser engenheiro, mas por insistência da mãe acabou cursando Medicina. Dona Maria Omezo Hirata dizia que ele até podia escolher a especialidade, mas ela não abria mão de que o filho mais novo fosse médico. Depois de formado, Nelson Antonio Hirata costumava dizer que, graças à mãe, ele seguiu o caminho certo. Nascido em Arapongas, no Paraná, em 29 de outubro de 1955, Nelson foi para São Paulo ainda criança.

 

O pai, Antonio Sahashi Hirata,era alfaiate e conseguiu oferecer uma vida confortável à esposa e aos quatro filhos – Nelson tinha três irmãs. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 1980, o jovem veio para oVale do Ribeira para fazer residência médica no Hospital Regional em Pariquera-Açu. Já como ginecologista e obstetra, mudou-se para Registro após a residência, onde trabalhou no Centro de Saúde e nos Hospitais São José e São João. Abriu também um consultório particular no Shopping Magário, que mais tarde foi transferido para a Galeria KazukoYoshimoto.

 

Foi atuando como médico que, em 1992, Nelson conheceu a mulher dos seus sonhos. Elizabete Aparecida Lazarov morava em São Paulo e veio a Registro para acompanhar a gravidez da irmã. Do primeiro encontro durante a consulta no Hospital São José ao casamento passaram-se dois anos. A medicina ocupava grande parte do tempo do Dr. Nelson Hirata, mas nunca ao ponto de prejudicar a vida do casal. Ele procurava sempre estar com as filhas Amanda e Caroline, hoje com 17 e 15 anos, respectivamente.

 

“O Nelson trabalhava por amor. Depois que ele comprou ultrassom, cansei de ver trazendo paciente do posto de saúde para fazer o exame no consultório sem cobrar nada. Quando uma paciente perdia o bebê, ele chorava como se fosse dele. Assim como se alegrava muito com cada nascimento”, lembra Bete. Cada vida que estava a caminho recebia a mesma importância e a mesma alegria ao nascer. “Acho que por isso ele escolheu essa especialidade, porque mexia com vida”, afirma a esposa. “Não conseguiria calcular quantos partos ele realizou, mas posso dizer que foram muitos. Em algumas famílias, chegou a fazer o parto até a terceira geração de mulheres”.

 

Além da paixão pela medicina, Nelson Hirata cultivava a adoração por exercícios físicos. Correr e frequentar academia aliviavam o estresse e faziam parte da rotina do médico. Por diversas vezes participou da Corrida de São Silvestre em São Paulo. A prática de atividades físicas e o porte atlético de Nelson Hirata tornaram sua partida ainda mais difícil de ser compreendida. 

 

Todos os anos a família costumava viajar para o litoral de Santa Catarina, onde ficava alguns dias na pequena cidade de Barra do Sul. Em janeiro de 2011, Nelson, a esposa e as filhas foram acompanhadas por alguns amigos. Chegaram no dia 8, por volta de meio-dia. Após o almoço, em vez de descansar da viagem, o médico preferiu passar a tarde brincando na piscina com as filhas. Às 17h30, saiu para correr, como sempre fazia quando estava na praia.

 

Passadas três horas, os amigos estavam preocupados. “Eu fiquei tranquila porque depois de correr, ele sempre procurava lugares diferentes para a gente passear no dia seguinte. Lá pelas 9 da noite, um funcionário do hotel veio avisar que um oriental estava sendo atendido no Centro de Saúde e achava que podia ser o Nelson”, conta Bete. “Foi o dia mais triste da minha vida”, resume.

 

Como dias antes ele havia feito uma bateria de exames com resultados normais, acredita-se que Nelson Hirata tenha sofrido um aneurisma cerebral. Ele faleceu aos 53 anos, deixando amigos, familiares e pacientes atônitos com a perda tão repentina e dolorosa. Bete Hirata aproveita para agradecer a todos que a confortaram e ajudaram naquele dia tão triste, especialmente às famílias de Edson Shiratsu, Roberto Sassaki, dona Almezina, Dr. Célio e Dr. Valter.