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Rosa e João Simoni


Casal de imigrantes italianos se fixou em fazenda no município, 

onde se dedicou às lavouras de café, chá e banana

 

Eles nasceram na Itália e, por volta de 1920, vieram no mesmo navio para o Brasil. Eram muito jovens e migraram com os irmãos em busca de trabalho. Do porto de Santos, onde desembarcaram, foram direto para Pariquera-Açu, município da região que recebeu muitos imigrantes europeus. Foi só lá, na pequena cidade, que Rosa Pelegre e João Simoni se conheceram e se apaixonaram. João arrumou serviço na fazenda do japonês Massao Sugano, localizada no então chamado Campo da Experiência, em Registro. Trabalhava a semana toda nas lavouras de café e, no domingo, voltava para Pariquera-Açu só para encontrar com sua amada Rosa.

Foi assim até se casarem. Quando decidiram formar uma família, Rosa acompanhou João e se estabeleceu com ele na Fazenda do Coqueiro. Ali, o imigrante italiano dedicou sua vida ao trabalho. Fizesse sol ou chuva, João não deixava de cuidar das plantas. Ele acompanhou todos os ciclos da fazenda. Do declínio do café ao auge do chá preto e depois a substituição pela banana, foram 43 anos dedicados à agricultura. Quem conta é o genro de João Simoni, Paulino Gonçalves, hoje com 86 anos de idade. Seu Paulino foi casado com Elvira, uma das filhas do casal italiano, e também trabalhou na Fazenda do Coqueiro por 32 anos.

Homem forte, de poucas palavras, João Simoni raramente saía de Registro. Só deixava a fazenda quando precisava fazer compras na cidade. “A nona (avó em italiano) era mais alegre, gostava de fazer bolos e agradar os netos”, conta Rosa Maria Simoni, neta de João e Rosa. O casal teve quatro filhos: Maria, Elvira, Violeta (mãe de Rosa Maria) e José – todos já falecidos. Quando crianças, seguiam a pé para estudar na Escola Koki Kitajima.

Paulino e a esposa Elvira moravam com o casal na fazenda quando Rosa e João adoeceram. “Era cada um num quarto. Ela com câncer no fígado e ele com câncer no esôfago. Levamos até para São Paulo, mas naquela época havia poucos recursos”, conta Paulino. João Simoni morreu no dia 3 de fevereiro de 1961, aos 64 anos. A esposa não quis esperar muito para reencontrar seu amor. Uma semana depois, ela também partiu, com a mesma idade – 64 anos.  

Hoje, além da lembrança e da saudade que ficou entre os familiares, Registro guarda na memória seus ilustres moradores italianos com uma pequena homenagem: Rosa Pelegre Simoni é nome de rua no Bloco B e João Simoni é outra rua no Jardim das Palmeiras.