Padroeiro de Registro e dos missionários, é considerado o “Apóstolo do Oriente”

Inseparável da história da igreja, a atividade missionária renasceu com os descobrimentos dos séculos XV e XVI, abrindo-se para a evangelização das Américas e do Oriente: Índia, Japão, China. O fundador destas missões no Oriente foi Francisco Xavier, considerado o São Paulo do Oriente.

Francisco nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 1506. Aos 18 anos, foi levado a Paris pelo pai, onde se matriculou na Universidade. Com extraordinários progressos nos estudos, o jovem doutorou-se em filosofia e começou logo a lecionar na mesma universidade. Seu ideal era a glória do mundo e suas riquezas. Mas a graça de Deus o espreitava.

Havia naquela mesma universidade um estudante que chamava a atenção pela idade um tanto avançada e, sobretudo, pelos objetivos: era o convertido Inácio de Loiola que sonhava em formar uma companhia de apóstolos para defesa e ampliação do Reino de Deus. Com pretexto de serem igualmente espanhóis, Inácio conquistou a amizade de Francisco a fim de ganhá-lo à própria causa. “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?”.

Esta frase de Jesus repetida várias vezes dobrou a resistência de Francisco, que se entregou inteiramente à direção espiritual de Inácio. Fez os exercícios espirituais e tornou-se seu mais fiel companheiro e co-fundador da Companhia de Jesus, os Jesuítas.

Francisco lutou muito para dominar seu caráter. Passou 40 dias em solidão, oração e penitência para se preparar à ordenação sacerdotal e à celebração de sua primeira missa, com 31 anos de idade. Juntou-se a Inácio de Loiola na estruturação da Companhia de Jesus, ocupando-se, inclusive, do serviço caridoso aos doentes.

Naquele tempo Inácio de Loiola foi solicitado pelo rei de Portugal, João III, para acompanhar as expedições ao Oriente e evangelizar as Índias. Mas com o missionário adoecido, Francisco foi designado para substituí-lo. Depois de uma viagem perigosíssima, chegou a Lisboa esperando embarcar para as Índias. O navio destinado ao Oriente, que levava 900 passageiros, demorou mais de um ano para chegar a Goa, nas Índias, após uma navegação em que a maioria dos viajantes ficou doente, muitos em estado grave. Na viagem, Francisco cuidou dos enfermos, ajudou na cozinha e fez outros serviços no navio.

Nas índias, um apostolado estafante aguardava o missionário. Francisco iniciou seu trabalho com a catequização das crianças. Em seguida, evangelizou os adultos, passando de aldeia em aldeia até estruturar comunidades eclesiais, deixando outro sacerdote para que continuasse a obra de assistência religiosa. Nos onze anos que passou no Oriente, parece inacreditável que Francisco tenha conseguido realizar tantas viagens perigosas e cansativas para levar por toda parte a mensagem de salvação. Visitou ilhas, entrou primeiro no Japão, criando um núcleo de cristãos, e projetou penetrar clandestinamente na China, até então fechada aos estrangeiros.

Foi exatamente na ilha de Sancian, frente à China, que Francisco acometido por forte febre, exausto pelas fadigas, morreu no dia 03 de dezembro de 1552, com 46 anos de idade. Francisco Xavier foi o protótipo do missionário moderno e mereceu ser declarado pela Igreja Católica como patrono das missões entre os infiéis. Beatificado pelo Papa Paulo V em 25 de outubro de 1619, foi canonizado pelo Papa Gregório XV em 12 de março de 1622, em simultâneo com Inácio de Loyola. O grande trabalho missionário realizado no Japão e a colonização de imigrantes japoneses influenciaram Registro a adotar São Francisco Xavier como padroeiro de sua Diocese.

Fonte Bibliográfica: Conti Servilio Dom,

O Santo do Dia, Editora Vozes,

Petrópolis 1999 – 7ª edição

Colaboração: Padre Lúcio