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Shoei Nakazawa


Rua no Bairro Serrote leva o nome do imigrante japonês que se dedicou à agricultura

 

Shoei Nakazawa teve 8 filhos com a esposa Shinai

 

A história de Shoei Nakazawa é parecida com a de muitos imigrantes japoneses que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida nas primeiras décadas do século passado. Com cinco anos de idade, Shoei deixou a Província de Nagano e embarcou com os pais rumo ao desconhecido. Chegando aqui, a família precisou trabalhar muito nas lavouras de arroz plantadas no bairro Taquaruçu até conseguir recursos para adquirir suas próprias terras.

 

Após anos de trabalho, os pais de Shoei compraram um sítio no Bairro Serrote, onde continuaram a lida na agricultura. Shoei cresceu em meio às plantações. E foi da agricultura que ele próprio tirou a subsistência. Primeiro foi o chá e o café, depois a bananicultura.

 

A esposa Shinai, também imigrante japonesa, foi seu braço forte. Além de cuidar da casa e dos filhos, ela não deixava de ajudar na lavoura. “Não sei como minha mãe dava conta de lavar roupa de oito crianças, fazer comida para toda a família e cuidar da casa depois de trabalhar o dia todo na roça”, conta o filho André. Além de André, o casal teve outros sete filhos: Lina, Vanda, Lindolfo, Liege, Izidoro, Lenita e Clóvis.

 

Homem alegre e bem disposto, Shoei foi presidente da Associação da Colônia Japonesa no Serrote por muitos anos. Valorizava a educação dos filhos e adorava ler jornais. “Apesar de ter vindo muito novo do Japão, meu pai lia e escrevia muito bem em japonês. Ele adorava ler o jornal Diário Nippak. Não saía de casa sem antes ler o jornal em japonês”, lembra o filho André. Shoei também escrevia bem em português, apesar de não ter frequentado escolas.

 

Nascido em 9 de agosto de 1913, Shoei Nakazawa viveu até os 71 anos. Ele morreu em 1984, uma semana depois de ter sofrido uma queda no banheiro. Acredita-se que ele bateu a cabeça e formou-se um coágulo no cérebro. Após uma semana em coma, ele não resistiu. A esposa, dona Shinai, morreu cinco anos depois, vítima de um derrame. Em homenagem aos trabalhos realizados pelo imigrante no Serrote, o bairro ganhou uma rua com seu nome.